quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tema 4

O poema na letra de música popular brasileira. referência no GUIA

“Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, completa 70 anos”, pág. 178
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM

Etapa 1
Algumas características do texto em verso e compreensão do poema. Façam uma leitura silenciosa do texto Aquarela do Brasil. Em seguida, revejam certos aspectos do texto em verso.
 Aquarel a do Br asil

Brasil, meu Brasil brasileiro

Meu mulato inzoneiro

Vou cantar-te nos meus versos

Ô Brasil, samba que dá

Bamboleio que faz gingar

Ô Brasil, do meu amor


Terra de Nosso Senhor

Brasil, Brasil

Pra mim, pra mim

Ah, abre a cortina do passado

Tira a Mãe Preta do cerrado

Bota o Rei Congo no congado

Brasil, Brasil

Pra mim, pra mim


Deixa cantar de novo o trovador

A merencória luz da lua

Toda canção do meu amor

Quero ver a Sá Dona caminhando

Pelos salões arrastando

O seu vestido rendado

Brasil, Brasil

Pra mim, pra mim

Brasil, terra boa e gostosa

Da morena sestrosa

De olhar indiscreto

Ô Brasil, samba que dá

Bamboleio que faz gingar

Ô Brasil do meu amor

Terra de Nosso Senhor


Brasil, Brasil

Pra mim, pra mim

Oh, esse coqueiro que dá coco

Oi, onde amarro a minha rede

Nas noites claras de luar

Brasil, Brasil

Pra mim, pra mim


Ah, ouve essas fontes murmurantes

Aonde eu mato a minha sede

E onde a lua vem brincar

Ah, este Brasil lindo e trigueiro

É o meu Brasil, brasileiro

Terra de samba e pandeiro

Brasil, Brasil

Pra mim, pra mim”

Agradecimento: Ricardo A. de Freitas Lima

Questão 1

No âmbito literário, o termo verso denota cada linha de um poema. O termo estrofe, por sua vez, designa cada um dos grupos de versos em que se divide um poema. Refrão (ou estribilho) significa o(s) verso(s) que se repete(m) numa canção. Com base nessas informações, diga qual o número de versos de Aquarela do Brasil. E de estrofes? Qual é o refrão?
O poema Aquarela do Brasil é composto de 44 versos, divididos em seis estrofes. Convém notar que a 1ª e a 4ª, a 2ª e a 5ª, a 3ª e a 6ª possuem o mesmo número de versos. Observar que o poema é a letra de uma canção composta de duas partes; a 4ª, a 5ª e a 6ª estrofes compõem a segunda parte da letra e devem se encaixar, respectivamente, na mesma melodia (música) em que a 1ª, a 2ª e a 3ª estrofes haviam se encaixado; daí essa simetria. O mesmo acontece, por exemplo, no Hino Nacional brasileiro; nesse caso, também há duas partes, e cada uma tem uma letra diferente, mas a música é a mesma. O refrão é composto pelos dois últimos versos de cada estrofe: “Brasil, Brasil” e “Pra mim, pra mim”.
Questão 2

O termo “aquarela”, presente no título do poema, remete a qual campo do conhecimento? Seria possível estabelecer uma relação entre o título e o corpo do texto?
Observem que o vocábulo “aquarela” se refere ao campo artístico, mais especificamente à pintura. O apelo ao visual destacado no título se configura no corpo do texto, onde se verifica o caráter pictórico: o eu-lírico busca criar, por meio de palavras, imagens da paisagem brasileira. Convém atentar para o colorido, tanto dos elementos da natureza quanto das figuras humanas.
Questão 3

Quais elementos da natureza estão presentes no texto? De que forma isso se relaciona com o título Aquarela do Brasil? A lua, a terra (e aqui o termo pode aludir tanto à localidade quanto à fertilidade do solo), o coqueiro (pode referir-se à diversidade da flora também), as fontes (alusão à abundância hídrica do Brasil).Observem que esses elementos possuem tonalidades muito diversas, assim como as cores de uma ela.
Questão 4

No que diz respeito à figura humana, o eu-lírico fala do povo brasileiro de um modo geral ou refere alguns de seus componentes? Qual o objetivo dessa diferenciação?
Convém notar que o eu-lírico menciona alguns dos componentes do povo brasileiro: o mulato, a Mãe Preta, o rei Congo, a Sá Dona, a morena. A intenção é ressaltar que o Brasil abriga a diversidade, seja ela de raças, seja de culturas, o que resulta num “colorido” semelhante ao de uma aquarela.
Questão 5

Especialmente quando se faz uma leitura em voz alta, chama atenção o ritmo dos versos. Existe alguma relação entre esse aspecto formal e o conteúdo veiculado no texto?
Observa-se uma cadência bem marcada, que nos remete à ideia de movimento. Note a harmonia entre a forma ritmada e o conteúdo do texto, que refere elementos musicais, como o canto [“Vou cantar-te nos meus versos” (cantar, nesse caso, também pode ser entendido como exaltar), “Deixa cantar de novo o trovador”, “Toda canção do meu amor”] e, especialmente, a dança [“Ô Brasil, samba que dá” (observar que o samba refere música, dança e canto típicos do Brasil, mas descendentes do batuque e do lundu, ritmos africanos acompanhados por instrumentos de percussão), “Bamboleio que faz gingar”, “Bota o Rei Congo no congado” (congada é uma dança folclórica afro-brasileira em que se representa a coroação de um rei do Congo), “Quero ver a Sá Dona caminhando” “Pelos salões arrastando” “O seu vestido rendado” (Sá Dona é contração de Sinhá Dona; observe a referência aos salões de baile) “Terra de samba e pandeiro”].
Etapa 2

Letra e música
Após fazer a leitura, em conjunto, uma leitura, em voz alta, da letra da canção Aquarela do Brasil. Depois procurem ouvir a musica(com letra e música) .Debatam a questão texto escrito versus texto cantado. Procurem refletir acerca de alguns aspectos, como: existe alguma resistência ao ato de ouvir a leitura de um texto? E ao ato de ouvir esse mesmo texto associado a uma melodia? Ambos são realizados com a mesma disposição? Há influência dos veículos de comunicação no que diz respeito à escolha do que se ouve? A mídia divulga da mesma forma os vários tipos de expressão oral? Declamadores, repentistas, cantores têm o mesmo destaque nos meios de comunicação? Esses meios divulgam os vários tipos de música da mesma forma? Quais tipos de música costumam divulgar? Você conhece algum tipo de música que praticamente não aparece na mídia?
Etapa 3
Figuras de linguagem
Após revisarmos as figuras de linguagem, vocês devem compreender que esta constituem um desvio intencional das normas, realizado com a finalidade de dar uma roupagem nova e expressiva à mensagem transmitida. Seria interessante observar principalmente (metáfora, comparação, metonímia), algumas das figuras de construção (elipse, aliteração, pleonasmo) e algumas das figuras de pensamento (antítese, ironia, eufemismo, hipérbole, prosopopeia).

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.


Figuras de som
a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
“Sou um mulato nato no sentido lato
mulato democrático do litoral.”

c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.
“Eu que passo, penso e peço.”

Figuras de construção
a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
“ E sob as ondas ritmadas

e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito (...)”

d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.
De tudo ficou um pouco.
Do meu medo. Do teu asco.”

e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:

• De gênero
Vossa Excelência está preocupado.
• De número

Os Lusíadas glorificou nossa literatura.
• De pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.”

f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa.

g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.
“E rir meu riso e derramar meu pranto.”

h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
“ Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer”

Figuras de pensamento
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
Os jardins têm vida e morte.”

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.

“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

f) gradação ou clímax: é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)

“Um coração chagado de desejos
Latejando, batendo, restrugindo.”

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada).
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!”

Figuras de palavras

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.

“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe:

Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)

c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.

O pé da mesa estava quebrado.

d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:

...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.

A luz crua da madrugada invadia meu quarto.

Vícios de linguagem

A gramática é um conjunto de regras que estabelecem um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas pelo falante.

Quando o falante se desvia do padrão para alcançar uma maior expressividade, ocorrem as figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não-conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.

a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta.

pesquiza (em vez de pesquisa)

prototipo (em vez de protótipo)

b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática.
Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de concordância)

c) ambigüidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido.
O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspeito?)

d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras.
Paguei cinco mil reais por cada.

 e) pleonasmo: consiste na repetição desnecessária de uma idéia.

A brisa matinal da manhã deixava-o satisfeito.

f) neologismo: é a criação desnecessária de palavras.

Segundo Mário Prata, se adolescente é aquele que está entre a infância e a idade adulta, envelhescente é aquele que está entre a idade adulta e a velhice.

g) arcaísmo: consiste na utilização de palavras que já caíram em desuso.

Vossa Mercê me permite falar? (em vez de você)


h) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som.

O menino repetente mente alegremente.

Por Marina Cabral

Especialista em Língua Portuguesa e Literatura


Equipe Brasil Escola

Questão 6

Procure identificar qual a figura de linguagem presente em cada verso abaixo transcrito:
a) “Ah, abre a cortina do passado”

b) “Oh, esse coqueiro que dá coco”
c) “E onde a lua vem brincar”
Em a, observa-se a metáfora, figura que se caracteriza pelo emprego de uma palavra com o significado de outra, pelo fato de haver uma relação de similaridade entre o que ambas representam. Note que a ação de abrir a cortina pressupõe que algo será mostrado; no caso, abrir a cortina do passado designa o fato de colocá-lo a descoberto, expô-lo, ou seja, de certa forma “trazê-lo” ao presente.
Em b, verifica-se o pleonasmo, figura que se caracteriza pela repetição de palavra ou noção já implicada no texto.
Em c, nota-se a prosopopeia ou personificação, figura que se caracteriza pela atribuição de qualidades animadas a seres inanimados.

Questão 7
Escreva frases ou orações em que você utilize três das figuras de linguagem revisadas
Etapa 4

Ponto de vista e contexto
Questão 8
 Atentando para o verso inicial do texto (“Brasil, meu Brasil brasileiro”) e para os três primeiros versos da segunda estrofe (“Ah, abre a cortina do passado” “Tira a mãe preta do cerrado” “Bota o Rei Congo no congado”), seria possível afirmar, observando o ponto de vista do eu-lírico, que o Brasil, em algum momento histórico, não tenha sido “brasileiro”? Em que época isso teria ocorrido?

Levando em conta, mais uma vez, o título Aquarela do Brasil, que conforme já observamos remete à abundância e à diversidade, é possível afirmar que o “Brasil brasileiro” é o do “tempo de agora” (época da escrita do texto).

Segundo o eu-lírico, trata-se de um país que integra as diferenças, considerando o valor de cada indivíduo, em oposição ao Brasil do passado colonial, dominado pelos portugueses, lugar onde escravizaram os negros, conforme aludido na segunda estrofe. [Tirar a Mãe Preta do cerrado seria libertá-la; colocar o Rei Congo (refere-se à República do Congo, na África) no congado seria reintegrá-lo à sua cultura, libertando-o da escravidão.]
Questão 9
Façam novamente a leitura do texto “Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, completa 70 anos”, inserido ao lado da letra da canção.Especialmente nas questões 1, 2 e 3, observamos que Aquarela do Brasil se refere a vários aspectos do nosso país. Transcreva do poema versos em que o eu-lírico evidencie claramente o seu ponto de vista em relação ao Brasil que retrata. Existe alguma relação entre o ponto de vista do eu-lírico e o momento histórico de produção do texto?
Note que o eu-lírico manifesta uma “visão favorável” do país, o que se pode verificar no seguinte trecho:
“Ô Brasil, do meu amor Terra de
Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim”
Convém salientar que os dois primeiros versos transcritos aparecem em dois momentos do poema, na primeira e na quarta estrofes; quanto aos dois últimos, constituem o refrão, sendo, portanto, repetidos ao final de todas as estrofes, justamente para destacar o ufanismo (patriotismo exagerado) do eu-lírico.Há também estes dois outros versos, em que se ratifica a visão positiva do eu-lírico em relação ao que descreve“ Brasil, terra boa e gostosa” e “Ah, este Brasil lindo e trigueiro”.
Observar que o Brasil retratado nos versos está em consonância com a ótica nacionalista disseminada pelo regime ditatorial de Getúlio Vargas. O samba, nesse período, com letras de cunho patriótico, começa a ser mais divulgado e prestigiado. Note que, durante os anos de ditadura, é muito conveniente que seja divulgada ao povo a imagem de um país que impressiona pela magnitude, pela abundância, ou seja, pelo conjunto de características “positivas”. Desse modo, Vargas, aproveitando-se do fato de o meio artístico musical, naquele momento, criar essa imagem, fez dela uma espécie de propaganda, ou, mais do que isso, de apologia do regimtorial.
Questão 10
Você conhece outros autores da literatura que tenham retratado o Brasil em suas obras? E compositores eruditos e populares? Alunos pesquisem e, na aula seguinte, apresentem um material em que se verifique a criação de uma imagem do Brasil ou de alguma região brasileira, ou de um momento histórico, ou de algum tipo humano considerado como característico do Brasil em produções de nossos poetas e compositores.
Essa pesquisa poderia englobar obras tanto de autores do passado quanto do presente; tanto do que se denomina “popular” quanto do “erudito”. O importante é que os estudantes observem de que modo os aspectos da realidade brasileira são retratados. (Ex.: Gonçalves Dias e Murilo Mendes, que produziram, em momentos históricos diferentes, obras denominadas Canção do Exílio; Jayme Ovalle, Chiquinha Gonzaga, Dorival Caimmy, Caetano Veloso, com Sampa ou Tropicália; rappers da atualidade; Vicente de Carvalho; Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez, Camargo Guarnieri, Frutuoso Viana, Cláudio Santoro, entre muitos outros.)
Etapa 5
As múltiplas visões sobre o mesmo tema
Apresentem o material obtido por meio da pesquisa proposta na etapa anterior.
Cada um deve expor oralmente aos colegas o que conseguiu encontrar e tentar explicar de que modo a realidade brasileira está evidenciada na obra. Nos casos de poemas que são letras de música e de músicas instrumentais, seria conveniente que fosse tocada uma gravação para ser ouvida pela turma.
Questão 11
Muitas obras da literatura brasileira foram adaptadas para o teatro, o cinema e a televisão. Você poderia citar algumas delas?
Procurem ler , por exemplo, obras como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, ou de alguma outra que tenha sido adaptada para teatro, cinema ou televisão, preparando-os para um futuro debate.
Etapa 6
A literatura vai ao cinema
Nesta etapa, sugiro que assistam, à versão cinematográfica de uma das obras referidas na questão 11 (ou de alguma outra obra literária adaptada para o cinema).Escolha uma das obras acima para assistir e para responder as questões abaixo.
Etapa 7
Análise comparativa entre a obra escrita e sua adaptação para o cinema
Após observarem os novos significados que a obra literária adquire ao ser adaptada para uma outra mídia (no caso, o cinema). Seria conveniente que os estudantes verificassem as semelhanças e diferenças nas abordagens.
Questão 12
Como os personagens são caracterizados na obra escrita? O cineasta busca fidelidade na composição dos personagens ou enfatiza apenas alguns de seus traços de caráter? O cenário é parte importante na obra escrita? E no cinema? Há elementos acrescentados pelo cineasta à obra original? k Como se percebe a passagem do tempo na obra escrita e na produção cinematográfica? Na obra escrita, o tempo é cronológico ou psicológico? O cineasta utiliza o recurso do flashback? O cineasta parafraseia ou parodia a obra original?













sábado, 7 de novembro de 2009

Etapa 6 | Reescrita de texto

Nesta etapa, troquem os textos entre si e destaquem da redação dos colegas os trechos mais problemáticos,a fim de que estes sejam transcritos.

Etapa 5 | Correção de textos

Como atividade a ser realizada em casa, façam a leitura atenta das páginas 156-157, em que é analisado o

tema proposto pela Fuvest em 2009. A seguir, a escrita de uma redação sobre tal proposta temática. Vocês devem trazer esse texto para ser lido, corrigido e reescrito em sala de aula.

Etapa 4 | Reescrita de texto

Lembrem-se de que a escrita de um texto é um processo que exige essencialmente conhecimentos e escolhas; não se trata, portanto, de preenchimento aleatório de linhas. A proposta é que , com base nos critérios de correção estudados e aplicados na etapa 3, sejam capazes de reescrever totalmente o texto dissertativo sobre o tema “As relações entre o homem e a TV”.

  

Etapa 3 | Familiarização com os critérios de correção do texto dissertativo.

.(Leiam as páginas páginas 154-155).
A televisão é o mais importante veículo de comunicação de massa.O homem tem se relacionado de modo negativo com tal mídia. As novelas, ainda que bastante estereotipadas, são vistas por milhares de pessoas. Aos domingos, muitos também gastam seu tempo com programas de auditório repetitivos. Desse modo, observa-se que, durante a semana, diversos indivíduos assistem às mesmices na novela e, no domingo, acompanham-nas nos programas de auditório. A liberdade e a democracia, conquanto sejam ideais dos homens. Hoje em dia, portanto, os telespectadores selecionam criteriosamente o que ver e, assim, mantêm uma relação inteligente com a TV.
O texto foi propositalmente redigido sem falhas na ortografia, na regência, na pontuação e na acentuação; o objetivo disso é que vocês percebam a escrita de um texto como algo que vai além do domínio da norma culta.
Questão 6
Levando em consideração os critérios de avaliação do texto dissertativo referidos nas páginas 154-155, apontem quais os defeitos do texto transcrito , a respeito do tema “As relações entre o homem e a TV”, e procurem analisar o seguinte:
Aspectos coesivos referentes

a) ao emprego de conectores entre as orações,os períodos e os parágrafos;
b) à estruturação sintática dos períodos; Aspectos macroestruturais relativos à
c) adequação entre tema e tese;
d) adequação entre tese e desenvolvimento;
e) apresentação de argumentos;
f) formulação do desfecho.
Baseando-se nos critérios de correção apontados, uma análise possível seria esta:
I) Note a quebra entre o primeiro e o segundo parágrafos, pois as afirmações não se coadunam inicialmente, o enunciador está centrado nos meios de comunicação; na assertiva que segue, sem nenhuma marca que aponte um desvio de rota, o enunciador direciona o foco ao homem. A suposta tese colocada no parágrafo inicial indica um caminho a seguir no desenvolvimento. Porém, sem aviso, toma um rumo diferente no suposto desenvolvimento, que certamente, em razão disso, exigiria a formulação de uma outra tese.
II) Observe que o conectivo “desse modo”, que inicia o terceiro parágrafo, foi utilizado de forma equivocada. Tal conectivo deve introduzir um enunciado que explicite, ratifique ou ilustre a sequência anterior. No caso em questão, convém notar que as informações do segundo e do terceiro parágrafos são as mesmas. Temos, então, duas falhas: uma na coesão, relativa ao mau uso do conectivo; outra na progressão textual, levandose em conta o fato de não haver no trecho, como deveria, o acréscimo de ideias, mas a mera repetição destas.
III) Veja que há uma falha grave na coesão quando se chega ao quarto parágrafo. Primeiramente, verifica-se que o enunciado está “solto”, isto é, não se relaciona nem com a sequência anterior nem com a posterior. Em segundo lugar, constata-se um problema na estruturação sintática do período: note-se
a incompletude deste. Em “a liberdade e a democracia, conquanto sejam ideais dos homens”, falta o predicado da oração principal. O enunciador começou a sequência da oração principal, interrompeu-a (com uma oração subordinada adverbial concessiva) e se esqueceu de completá-la.
IV) Note que o conectivo “portanto” do último parágrafo também não se justifica; nesse caso, observa-se que a ideia apresentada no fim do texto está em desacordo com a expressa no segundo parágrafo. Aqui, há duas falhas: uma na coerência, em vista da incompatibilidade de ideias; outra (nesse caso, decorrente
da primeira) na coesão. (Não é possível ligar informações incompatíveis por meio do conectivo “portanto”; este deve introduzir um enunciado que evidencie explicação, confirmação ou decorrência do que fora dito antes.)
V) Observe, também, que há um equívoco no que diz respeito à formulação da tese. Se o tema proposto é “As relações entre o homem e a TV”, qual a razão de começar dizendo que “A televisão é o principal veículo de comunicação de massa”? Tal formulação de tese poderia ser aceitável se o tema fosse, por exemplo,
“Os meios de comunicação de massa” ou “A importância dos meios de comunicação na atualidade”. A tese deveria explicitar algo acerca de como o homem interage com a TV. Convém ainda uma observação relativa ao “modo de dizer” do enunciador: afirmar algo de modo tão genérico pode ser bem perigoso, do ponto de vista da persuasão. No caso, alguém poderia poderia facilmente contra-argumentar assegurando, por exemplo, que o mais importante veículo de comunicação de massa é a internet (ou o rádio). É preciso cuidado, portanto, com o uso de generalizações.
VI) Deve-se notar também que do ponto de vista da persuasão não é nada eficaz uma afirmação como esta: “O homem tem se relacionado de modo negativo com tal mídia”. Nesse caso, seria muito mais elucidativo demonstrar o que seria este “modo negativo” por meio de exemplos, comparações, enumerações.
VII) Observa-se que o texto está cheio de afirmações, contudo desprovido de argumentos capazes de comprová-las. Além do uso da expressão “modo negativo”, é possível observar outros vocábulos, como “liberdade”, “democracia”, “relação inteligente”, utilizados, no texto, de modo absolutamente impreciso,
pelo fato de serem polissêmicos e de o enunciador do texto não ter explicitado o sentido empregado em cada caso.

Etapa 2 "Compreensão da estrutura do texto dissertativo"

(Façam a leitura das páginas 152-153.)
Questão 3
Qual diferença, segundo o texto, entre “abordagem” e “tese”. Aproveitando o exemplo temático referido pelo autor (“O desafio de conviver com a diferença” / Enem 2007), redija um parágrafo dissertativo introdutório, em que figurem tese e abordagem.
Estudantes observem que, de acordo com o texto, tese é a principal ideia que se formula sobre um tema proposto. Quanto à abordagem, trata-se da ótica (científica, religiosa, artística, sociológica, filosófica etc.) em que a tese será enfocada.
Questão 4
O que é argumento e qual sua finalidade? O que é progressividade textual? Retome o parágrafo introdutório escrito na questão 3 e acrescente a ele um parágrafo de argumentação.
Argumento é o raciocínio, a prova; sua finalidade é persuadir o enunciatário a aceitar a tese defendida pelo enunciador. A progressividade (ou progressão) textual designa o acréscimo de informações novas aos enunciados precedentes. Observar que o tema deve ser mantido ao longo do texto, mas os argumentos
precisam ser diversificados, ou seja, não podem consistir na mera repetição de ideias.
Questão 5
Segundo o autor, por que são frequentes as falhas no momento da construção do desfecho? Quais as recomendações do enunciador para que se redija uma conclusão adequada? Retome os parágrafos que escreveu nas questões 3 e 4 e, em vista da tese e da argumentação apresentadas, formule uma conclusão.
O autor afirma que muitos produtores de texto entendem que concluir o texto é solucionar, obrigatoriamente, o problema referido na proposta temática. Desse modo, o autor chama a atenção especialmente dos jovens para que estes, ao finalizarem um texto, apenas concluam o raciocínio proposto no início. Observe que o parágrafo introdutório deve apresentar uma tese, isto é, aquilo que se pretende comprovar. Espera-se que o autor exponha a seguir sua argumentação e, no fim do texto, retome a tese como algo já comprovado em vista do que foi exposto..

Tema 3 A redação no vestibular e no Enem

Referência no GUIA (“Pequeno manual para redação”, págs. 150-157)SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Etapa 1 "Reconhecimento da função do manual e compreensão de suas propostas iniciais.(Leiam as páginas 150-151)
Questão 1
Qual a finalidade de um manual? O que se pode prever de um texto intitulado “Pequeno manual de redação”?
Um manual é um texto que traz, de modo sintético, alguns ensinamentos acerca de algo(ciência, arte, tecnologia, ofício, religião etc.). Isso significa que o manual deve ser devidamente lido e compreendido, a fim de que se conheçam e assimilem procedimentos, “modos de fazer”. No caso específico de um manual de redação, a expectativa é que trate de conhecimindispensáveis a todo aquele que pretende redigir de modo eficaz.
Questão 2
O autor do texto pretende ensinar a produção de um tipo específico de texto? Que texto é esse? O enunciador menciona uma etapa anterior à escrita como sendo uma das mais relevantes. Qual é essa etapa e por que é tão importante? Depois dessa etapa, quais as orientações iniciais que o autor fornece àqueles que objetivam redigir bem esse tipo de texto?
O enunciador do texto discorre acerca da produção de textos dissertativo-argumentativos para os exames vestibulares, mencionando a importância de diversos aspectos. Nota-se que o autor, em dois momentos do texto, destaca uma etapa precedente à escrita, imprescindível a esta, que é a de leitura. Inicialmente, aborda a importância da leitura no momento de preparação do vestibulando, para a formação de um repertório, ou seja, para a sedimentação de conhecimentos, do “conteúdo” de escrita do texto. (Convém salientar que, ao recomendar ao candidato a formação do repertório por meio de livros, jornais, cinema e teatro, o autor propõe um conceito de leitura que não se restringe à decodificação da palavra.) Num segundo momento, o autor faz um alerta ao vestibulando: este não pode descuidar, na prova, da leitura atenta da proposta de redação. Isso porque inúmeras vezes uma leitura apressada leva a uma compreensão inadequada do tema e, consequentemente, à produção de um texto com abordagem equivocada. Em relação aos tipos de tema, o autor afirma que estes costumam pender para os de caráter histórico ou antropológico. Depois das orientações referentes à leitura, ao “conteúdo” ("aquilo que se diz"), o enunciador menciona aquelas concernentes à “forma” ("o modo como se diz"). Ele sugere ao candidato, por exemplo, que planeje sua escrita e que o faça observando o modelo ortodoxo de divisão macroestrutural do texto – introdução, desenvolvimento e conclusão -, cuja função é organizar o conteúdo.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Etapa 6 Produção de texto

Redijam um parágrafo inicial de um artigo de opinião, utilizando os operadores discursivos anteriormente destacados. O tema a ser abordado pode ser “Vantagens e desvantagens do uso do Guia do Estudante na sala de aula”. Seria interessante, por exemplo, que comparassem o aprendizado antes e depois da utilização do Guia, apontando as causas de facilidades e dificuldades encontradas nesses dois momentos; seria conveniente dar exemplos de situações.

Etapa 5 | Análise do emprego de operadores discursivos

Questão 9

Releia as seguintes partes do texto e grife os operadores discursivos,explicando o sentido de cada um.
1) “O provérbio árabe ‘Os cães ladram e a caravana passa’ refere-se a situações em que qualquer esforço se torna inútil contra uma decisão tomada por alguma força superior. E aplica-se perfeitamente à atual crise de identidade e de poder político por que passa a ONU.”
2) “Foi assim em 2003, quando o latir da ONU não foi capaz de impedir que os Estados Unidos e o Reino Unido passassem por cima da decisão da organização e invadissem, como uma caravana onipotente, o Iraque [...].”
3) “De nada adiantou a insistência de líderes mundiais para que a ONU interviesse [...].”
4) “A instituição [...] além de mediar conflitos internacionais e regionais, envolve-se [...] com questões de saúde, pobreza e meio ambiente [...].”
5) “Todos participam das discussões, mas apenas os membros permanentes têm poder de vetar qualquer proposta discutida – ou seja, basta uma das cinco grandes nações discordar da proposta, e ela não poderá ser adotada.
6) O Japão e a Alemanha [...] ficam de fora das principais decisões da ONU porque, em 1945, estavam do lado perdedor da guerra, junto da Itália.”
1) O provérbio árabe “Os cães ladram e a caravana passa” refere-se a situações em que qualquer esforço se torna inútil contra uma decisão tomada por alguma força superior. E aplica-se erfeitamente à atual crise de identidade e de poder político por que passa a ONU. Observar que a conjunção e traz a ideia de adição; deve, portanto, indicar o desenvolvimento do discurso, o acréscimo de uma informação nova.
2) Foi assim em 2003, quando o latir da ONU não foi capaz de impedir que os Estados Unidos e o Reino Unido passassem por cima da decisão da organização e invadissem, como uma caravana onipotente, o Iraque [...] Observar que a conjunção quando traduz a ideia de tempo; a conjunção como, nesse caso, estabelece uma comparação. [Notar que a conjunção como, dependendo do contexto, também pode denotar causa ;
(Ex.: Como estava doente, faltou à aula.) ou conformidade
(Ex.: Todos os convidados compareceram à festa, como estava previsto.)]
3) De nada adiantou a insistência de líderes mundiais para que a ONU interviesse [...] Observar que a locução conjuntiva para que indica finalidade.
4) A instituição [...], além de mediar conflitos internacionais e regionais, envolve-se [...] com questões de saúde, pobreza e meio ambiente [...]. Observar que o conector além de introduz um argumento terminante, como se fosse dispensável; a ideia, aqui, é convencer o interlocutor por meio de uma “prova cabal”.
5) Todos participam das discussões, mas apenas os membros permanentes têm poder de vetar qualquer proposta discutida – ou seja, basta uma das cinco grandes nações discordar da proposta, e ela não poderá ser adotada. Observar que o conectivo mas indica a oposição entre significados de duas partes do texto; a expressão ou seja é utilizada para esclarecer o que fora dito antes.
6) O Japão e a Alemanha [...] ficam de fora das principais decisões da ONU porque, em 1945, estavam do lado perdedor da guerra, junto da Itália. Observar que o conector porque refere causa.

Questão 8

Releiam o segmento intitulado “O Brasil no Haiti” e identificassem a relação desse conteúdo com o anterior. Em seguida, destaquem, as opiniões favoráveis e contrárias ao fato de o Brasil chefiar a missão de paz da ONU no Haiti desde 2004.
O referido segmento de texto pode ser considerado um subtópico do texto. Analisa-se aqui um exemplo de atuação da ONU: envio de forças de paz ao Haiti, país que enfrenta sérios problemas de desestabilização política, social e econômica, com altos índices de pobreza e criminalidade. A ênfase é o desempenho do Brasil nessa missão, já que os soldados brasileiros compõem a maior parte do contingente. Os defensores da participação de militares brasileiros na missão de paz da ONU no Haiti alegam que essa atuação credencia politicamente o Brasil a figurar em outras áreas de conflito; esse desempenho, segundo eles, aumenta a “visibilidade” brasileira na comunidade internacional. Os detratores da permanência de tropas brasileiras no Haiti argumentam que o custo para a manutenção dos soldados no  Haiti é muito elevado: 120 milhões de reais por ano, valor que  é comparado à quantia destinada às nossas Forças Armadas, que tem sido bem menor. Além disso, minimizam a eficácia da missão, argumentando que a paz no Haiti depende mais de desenvolvimento  social e econômico do que do controle da violência efetuado pelas forças militares.

Etapa 4 "Diferença entre fato e opinião"

Questão 7
Releiam o segmento intitulado “Reformas”, na página 70.
a) Em relação ao fato de a ONU não ter se modificado durante seus 60 anos de existência, o posicionamento das nações é o mesmo?
Observem que, segundo o texto, as nações têm opiniões distintas quanto à estrutura e ao funcionamento da ONU. A maioria delas, contudo, mostra-se favorável às mudanças
b) Algumas propõem alterações?
É possível citar, como partidários das reformas, por exemplo, o Brasil, a Alemanha, o Japão e a Índia.
c) Cite duas dessas propostas.
Duas alterações propostas por esse grupo são as seguintes: o aumento do número de países que compõem o Conselho de Segurança e o aumento do número de vagas permanentes.
d) Há nações contrárias às mudanças?
 Em contrapartida, a China e os Estados Unidos têm permanecido avessos a qualquer modificação.

Questão 6

O uso do termo anacronismo pressupõe um julgamento das ações atuais da ONU? O juízo de valor anunciado no subtítulo se confirma no segmento de texto seguinte com o auxílio de quais argumentos?
O emprego do vocábulo anacronismo revela uma crítica do autor ao procedimento da ONU nos dias de hoje, pois anacrônico é aquilo que não se enquadra nos usos ou costumes atuais. Para comprovar que a ONU adota um modelo obsoleto, o autor se vale de exemplos e comparações. Para exemplificar, cita o fato de o organismo ter, desde sua criação até hoje, apenas cinco nações como  membros permanentes e com poder de deliberação no Conselho de Segurança, o principal órgão da entidade. Como comparação, utiliza os termos “agora” e “antes” para definir a representatividade do órgão da vontade da maioria das nações do mundo.

Etapa 3 | Identificação de anafóricos, relações de causa e consequência e pressupostos.

Questão 4
Ao citar “a transição da ONU de protagonista a figurante entre os diversos atores da política internacional”, o autor ratifica sua tese?
Em sua tese, o autor afirma que “a ONU já foi o mais respeitável fórum de debate e encaminhamento multilateral dos problemas mundiais” e que atualmente “não consegue mais deter decisões tomadas unilateralmente por grandes potências econômicas”. (Atentar, nesse trecho, para o uso dos tempos verbais: “a ONU já foi” e “atualmente não consegue”; compara-se uma situação que se encontra num passado “terminado” com outra que se dá no presente.) O termo protagonista designa o personagem principal em livro, peça, filme ou novela; o termo figurante, por sua vez, designa aquele que tem participação insignificante em produções televisivas, teatrais ou cinematográficas. Levando em consideração a proposta inicial do autor, é possível observar que ele ratifica sua tese por meio de uma analogia: a ONU,na época de sua criação, foi um organismo internacional da mais alta relevância, ou seja, protagonista do cenário mundial; hoje, atua como figurante, passando quase despercebida.
Questão 5
Releia com atenção o excerto abaixo (final do terceiro parágrafo do texto):
“E parte da responsabilidade por essa mudança recai sobre a estrutura e o funcionamento da própria organização, que se baseia numa realidade  de 60 anos atrás.”
a) A que mudança o texto se refere? De acordo com o enunciador, essa mudança é consequência de algo. Para ele, qual seria uma das possíveis causas dessa mudança?
A mudança referida no texto é a transição da ONU de protagonista a figurante, o que, segundo o enunciador, em parte foi motivado pelo fato de a ONU não ter acompanhado as transformações econômicas ocorridas no mundo, pautando sua estrutura e seu funcionamento numa realidade de 60 anos atrás.

Etapa 2 | Distinção entre tese e argumento

Questão 2

Qual a tese defendida pelo enunciador do texto “Nações não tão unidas”?
Observar que a afirmação central do texto é que a ONU vem perdendo seu poder político em face das decisões unilaterais das grandes potências econômicas, tese que está assim explicitada pelo produtor do texto: “Depois de mais de 60 anos de sua criação, a ONU, que já foi o mais respeitável fórum de debate e encaminhamento multilateral dos problemas mundiais, não consegue mais deter decisões tomadas unilateralmente por grandes potências econômicas, que seguem sem se importar com o ladrar da comunidade internacional”. Observar que é com base nessa ideia que todo o texto se desenvolverá.
Questão 3
Quais os argumentos utilizados pelo enunciador nos dois parágrafos iniciais para a defesa de seu ponto de vista?
Percebam  a combinação de argumentos mobilizados para convencer o enunciatário de que a ONU tem perdido sua força política. Em primeiro lugar, podemos observar que o provérbio “Os cães ladram e a caravana passa” é utilizado para designar a situação atual de desprestígio da ONU apontada pelo autor. Notem que aqui o uso da analogia, que será retomada posteriormente: o ladrar dos cães remete às tentativas malogradas de ações da ONU; o passar da caravana refere-se às ações das grandes potências econômicas.
No segundo parágrafo, podemos observar dois exemplos em que, mais uma vez, o autor confirma sua tese de enfraquecimento político da ONU e fortalecimento das nações economicamente poderosas.

Tema 2 "A construção do texto opinativo"

referência no GUIA     (“Nações não tão unidas”, págs. 68-71)
Etapa 1 "Reconhecimento do texto opinativo"
Após fazer a leitura do texto “Nações não tão unidas”. Façam um levantamento dos vocábulos que desconhecem e procurem seu significado no dicionário.
Questão 1

Levando em conta os conhecimentos adquiridos acerca dos tipos de texto, responda: Sobre as características do texto lido.
a)  Quais são as características do texto lido?
EDITORIAL  ou seja, Texto opinativo.
O editorial é um artigo que exprime a opinião do órgão jornalístico. Geralmente, é escrito pelo redator-chefe , possuindo uma linguagem própria, e publicado com destaque na Segunda ou terceira página do jornal ou da revista.
As características da linguagem são: ser formal, padrão, objetiva, conceitual; por ser impessoal, emprega-se a terceira pessoa; quanto ao conteúdo, sua estrutura é dissertativa, organizada em tese (apresentação sucinta de uma questão a ser discutida); desenvolvimento ( possuir argumento e contra-argumentos indispensáveis à discussão e à defesa do ponto de vista do jornal) e conclusão ( síntese das idéias anteriormente desenvolvidas) Além disso, deve-se usar exemplos que ilustram o assunto em questão. Possuir coerência entre o título e o conteúdo, não ter assinatura e expressa o ponto de vista do veículo ou da empresa responsável pela publicação.
Desta forma, o editorial é um texto opinativo, cujas idéias expressas contêm a visão de seus responsáveis. (Referência bibliográfica: CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)
.b) Como ele está organizado?
 Do ponto de vista formal,esse tipo se caracteriza eminentemente pela presença de uma tese e de argumentos e que figura especialmente em jornais e revistas.A tese consiste na explicitação do ponto de vista adotado pelo enunciadorem relação a um dado tema. Geralmente isso é feito por meio de uma afirmação ou de uma pergunta (neste último caso, a intenção do produtor é responder à indagação no decorrer da abordagem). Comumente, por uma questão de praticidade, o enunciador evidencia

seu posicionamento no início do texto.Quanto ao argumento, este pode ser definido como o procedimento linguístico utilizado pelo enunciador com vista à comprovação da tese defendida.
O argumento, desse modo, busca persuadir o enunciatário; em outras palavras, pretende levá-lo a aderir à tese proposta. O que pode ser utilizado como argumento com o intuito de comprovar
algo, é o emprego de definições, ilustrações, exemplos, comparações, enumerações, dados estatísticos, raciocínios que estabeleçam relações de causa e consequência, enfim, de uma gama infinita de meios que se prestem a comprovar a opinião sobre algo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Respostas Tema 1 (Dossiê Água) (Amarelo)

"As várias formas de dizer uma mesma coisa:" referência no guia:”, págs. 16-17)
Etapa 1 "Leitura e compreensão do texto"
"As várias formas de dizer uma mesma coisa: quem conta um conto acrescenta um ponto.(referência no guia:“Obama pinta uma parede, e todo o mundo dá a foto”, págs. 16-17)
Nesta seção, denominada “Ponto de vista”, o Guia propõe um excelente exercício crítico sobre como as notícias são produzidas e como os jornais diários de todo o mundo dão destaque a elas.
Questão 1
Estudantes façam a leitura do texto descrito acima e procure observar as informações que lhe ajudaram a reconhecer as informações nele destacadas. A seguir, faça um resumo do mesmo, concentre a atenção nas informações referentes à importância da eleição de Barack Obama e ao fato de este ter pintado uma parede na véspera de sua posse. Observe que o texto do Guia é analítico e tem função didática.Procurem estudar para debate em grupo e postem as respostas em seus blogs.
a) Qual a relevância dada a tal notícia pela imprensa internacional e nacional?
No âmbito jornalístico, o vocábulo notícia , designa um relato de fatos atuais, de interesse público.Por isso , a imprensa tanto nacional como internacional dão tanta importância, pois a mesma e de interesse mundial (principalmente no plano político e financeiro).
b) Por que razões a mídia brasileira reproduz com destaque essa notícia de pouco interesse para o povo brasileiro?
Embora o povo esteja mais ligado em novelas e programas de entretenimento que nada mudam suas vidas, o resultado das eleições obtido nos U.S.A influenciará direta ou indiretamente na vida dos mesmos, como por exemplo a crise mundial.
c) O que vocês pensam sobre a preocupação demasiada com a eleição nos Estados Unidos.
Sabe-se que os Estados Unidos é uma grande potência e um país de primeiro mundo, o resultado de suas decisões influenciam fortemente o planeta , podemos exemplificar com a crise econômica pela qual o país está passando, que atingiu de certa forma todos os países.Então, penso ser coerente a preocupação demasiada com as eleições ocorridas lá.

d) Por que a eleição em outros países não tem o mesmo espaço na mídia brasileira? ( O caráter ideológico, político e econômico da notícia pode ser discutido.)
No âmbito jornalístico, o vocábulo notícia designa um relato de fatos atuais, de interesse público. Há uma crença, aliás bastante disseminada, de que os relatos dessa natureza, ou seja, acerca de dados extraídos da realidade, sejam desprovidos de qualquer subjetividade, portanto dignos de total confiança por parte do leitor ou espectador em virtude do enfoque objetivo do enunciador do texto. Quantas vezes não se observa alguém ser levado a acreditar em algo pela simples razão de tê-lo visto em um renomado telejornal? Ou de ter lido em um jornal ou numa revista de grande circulação? Conhecendo sua influência sobre a sociedade, a mídia busca interferir direta ou indiretamente nas decisões dos brasileiros a favor de seus próprios interesses sejam eles políticos, econômicos ou ideológicos. A eleição em outros países , não interferem tanto em nossa sociedade, como as eleições nos Estados Unidos,Portanto, é certo que a mídia não gastaria seu tempo , com tais informações.  
e) Do segundo parágrafo, destaque os sentidos de "mídia impressa e eletrônica", "marketing da notícia", "assessores de imprensa","marqueteiro".
Também conhecida como mídia offline, a mídia impressa é um meio de comunicação, o qual refere-se particulamente aos materiais, de caráter publicitário ou jornalístico, que são impressos em gráficas, birôs de impressão, ou em locais específicos. A mídia eletrônica refere-se ao conjunto de meios de comunicação que necessita de recursos eletrônicos ou eletromecânicos para que o usuário final (audiência ou público) tenha acesso aos conteúdos - de vídeo ou áudio, gravados ou transmitidos em tempo real. O marketing propõe (ou imagina) efeitos para um determinado evento(No caso, a eleição de Obama). Assessores de Imprensa é o trabalho feito através dos meios de comunicação em espaços redacionais não pagos;Assessoria de imprensa diferencia-se da publicidade, cujos anúncios são pagos. Marqueteiro é a pessoa ou profissional do Marketing.O tema toda vida é utilizado pela imprenssa, para designar especificamente aqueles profissionais que fazem " marketing político " . Contudo com a expressão carrega um viés depreciativo estes preferem ser chamados de profissionais de MARKETING POLÍTICO .
f) Depois de rever todos os tópicos, qual é a conclusão do grupo?
Quantas vezes não se observa alguém ser levado a acreditar em algo pela simples razão de tê-lo visto em um renomado telejornal? Ou de ter lido em um jornal ou numa revista de grande circulação? Contudo, é preciso atentar para o fato de que o meio (tevê, jornal, rádio, internet), por mais que tenha a aparência de imparcialidade, deixa transparecer que houve uma opção. Em outras palavras, o produtor de um texto, embora possa afirmar absoluta fidelidade na reprodução dos dados, evidencia um julgamento pessoal (ou “institucional”) sobre um acontecimento, particularmente no momento em que confere destaque a determinados aspectos em detrimento de outros. Sabe-se que na verdade, não foi Obama quem decidiu pintar uma parede (o fato), mas, sim, seus assessores, com a intenção de criar uma imagem de uma pessoa comum. A ação de Obama foi metafórica ou seja ,ele usou uma figura de imagem para que as pessoas fizessem associações, acerca de sua pessoa, e procurou convencer seu público-alvo (os eleitores) de sua condição popular. O fato foi uma jogada de marketing, muito comum em eleições. Pode-se exemplificar , como vocês mesmos citaram, o caso de nosso presidente Lula, que usou sua imagem de metalúrgico, de pessoa simples, para alcançar seus objetivos, isso foi uma “jogada de marketing.
g) No terceiro parágrafo, observem que mais um fato é citado, o "fim da retirada do Exército de Israel da Faixa de Gaza" com o efeito de preservar a imagem de Obama.Havia alguma intenção nisto?
O "fim da retirada do Exército de Israel da Faixa de Gaza" teve o intuito de preservar a imagem de Obama.

ETAPA 2 "Comparação das primeiras páginas dos jornais"


Questão 2
Observem as primeiras páginas dos jornais citados e leiam as análises delas nos resumos.Listem os elementos importantes de cada resumo. Postem os elementos destacados pelo grupo.
O Globo: noticia a cerimônia de posse de Obama com pormenores acerca de horário e local.
Folha de S.Paulo: registra a posse de Obama e destaca como ponto central a questão dos negros nos Estados Unidos.
O Estado de S.Paulo: noticia a posse de Obama e enfatiza que a grande preocupação do presidente é a recuperação econômica do país.
Correio Braziliense: situa a posse de Obama como um passo evolutivo do ser humano; destaca a eleição do novo presidente como um golpe no racismo.

Questão 3


Compare as informações listadas (com base nos resumos) e observe o espaço que a notícia da posse de Obama ocupa nas primeiras páginas dos jornais brasileiros, é possível afirmar que algum periódico dá mais destaque do que outro ao fato?
Levando em conta o arrolamento da questão anterior (realizado com base nas informações extraídas dos resumos), nota-se que O Globo e o Correio Braziliense destacam vários elementos relativos à posse de Obama. A Folha de S.Paulo destaca o aspecto social e O Estado de S.Paulo aponta apenas o econômico. Analisando o espaço ocupado pela notícia em cada jornal, percebe-se que os quatro optaram por destacar graficamente a posse de Barack Obama e por manchetes de temas nacionais, em três deles, e um tema local (no caso do Correio Braziliense). Observa-se também pelo tamanho da fonte usada nas manchetes e sua dispo

Questão 4

Retornando os elementos da questão 3, quais serão os outros fatos diretamente influenciados pelo aspecto político (Uma vez que se trata de uma sucessão presidencial), de acordo com cada periódico , e mereceram, portanto, um destaque especial?
O Globo: a posse de Obama incidirá sobre os aspectos econômicos (crise financeira), sociais e políticos (conflitos no Afeganistão e no Iraque) e ambientais (aquecimento global).
Folha de S.Paulo e Correio Braziliense: a posse de Obama incidirá sobre o aspecto social (questão racial).
O Estado de S. Paulo: a posse de Obama incidirá sobre o aspecto econômico (recuperação da economia dos Estados Unidos).

Questão 5


Como cada jornal avalia a eleição de Obama? De formar positiva ou negativa? As justificativas apresentadas são as mesmas?
Observa-se que todos os jornais mencionados fazem uma avaliação positiva da eleição de Obama. Contudo, pode-se perceber que as razões para esse julgamento nem sempre são as mesmas. A Folha de S.Paulo e o Correio Braziliense, em linhas gerais, evidenciam como fundamental  a resolução de conflitos sociais (destacam o racismo) e, para ambos, o novo presidente é "bom" porque lhes parece apto para restituir a paz entre os indivíduos.. O Estado de S. Paulo, por sua vez, salienta que o problema de maior importância é a crise econômica; assim, do ponto de vista desse jornal, o presidente é “bom” porque se lhe afigura competente para acabar com a crise financeira dos Estados Unidos. O Globo pauta-se na “amplitude” para manifestar seu apoio a Obama: ele é “bom” porque tem uma visão global das circunstâncias, ou seja, cuidará das questões econômicas, sociais, políticas e ambientais.
Nota-se, portanto, que não faz sentido falar em “neutralidade” de um determinado jornal, aspecto que se aplica também a cada um de nós, como indivíduos. Ao mesmo tempo em que relata um fato, um jornal ou veículo de mídia exprime um julgamento ou avaliação acerca deste, de acordo com a escala de valores que adota. É importante enfatizar que a “aparência de neutralidade” já é uma escolha; nesse caso, pressupõe se que o aparentemente “objetivo” é melhor do que o aparentemente “subjetivo”, e isso continua sendo um juízo valorativo


ETAPA 3 “ Analise do uso da linguagem não verbal e reescrita da noticia.”


Essa questão tem a  intenção é fazê-los observar que, embora os jornais mencionados apresentem Obama como uma figura positiva e reproduzam fotos quase idênticas, os enfoques são distintos.
Questão 6
Todos os jornais mencionados fazem uso de uma foto em que Barack Obama aparece pintando uma parede. Analise com o grupo as semelhanças e as diferenças no tratamento da imagem dado pelos referidos periódicos.
 E notável que três dos jornais (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense) tenham, à primeira vista, aproveitado um ângulo semelhante, em que Obama aparece de frente para o leitor, com ar de certo contentamento; notar, porém, que somente nas fotos da Folha e de O Estado de S. Paulo há também, ao lado de Obama, a parte real da parede que ele acabara de pintar de azul e para a qual olhava. É interessante observar, ainda, que na Folha se tem a impressão de que Obama está sozinho, apenas rodeado pelos apetrechos necessários para a pintura. Contudo, se nos detivermos na foto divulgada por O Estado de S. Paulo, veremos que atrás de Obama há outras pessoas e estas, diferentemente dele, estão vestidas de modo bastante formal. Na foto divulgada pelo Correio Braziliense, recorta-se do contexto a figura de Obama com o rolo molhado de tinta azul e não se vê a parede nem os outros indivíduos. Há ainda uma composição dessa imagem – que aparece numa perspectiva bem mais próxima do leitor do que a dos outros jornais – com uma charge. Nesta, o ser humano evolui até tornar-se o Homo sapiens e finalmente chutar o ex-presidente George W. Bush. Nos dois blocos, o jornal usa o mesmo tom de azul. Assim, quando vemos Barack Obama olhando para cima, com expressão de satisfação, tendemos a ligar sua posse à saída de Bush, como se a pintura de azul de Obama fosse reformar ou consertar erros do governo anterior. Já O Globo divulga uma imagem de Obama em um ângulo muito diferente do escolhido pelos outros mencionados: aqui, o presidente eleito dos Estados Unidos aparece sozinho na foto (da cintura para cima), mas está de costas para o leitor; este pode observar a imagem de um homem com mangas arregaçadas, demonstrando disposição para o início de sua empreitada governamental.